29 de dezembro de 2010

as flores que deixei de rastro pelo caminho

Que comece agora.
E que seja permanente essa vontade de ir além daquilo que me espera.
E que eu espero também.
Uma vontade de ser.
Àquela, que nasceu comigo e que me arrasta até a borda pra ver
as flores que deixei de rastro pelo caminho.
Que me dê cadência das atitudes na hora de agir.
Que eu saiba puxar lá do fundo do baú, o jeito de sorrir pros nãos da vida.
Que as perdas sejam medidas em milímetros e que todo ganho
não possa ser medido por fita métrica nem contado em reais.
Que minha bolsa esteja cheia de papéis coloridos
e desenhados à giz de cera pelo anjo que mora comigo.
Que as relações criadas sejam
honestamente mantidas e seladas com abraços longos.
Que eu possa também abrir espaço pra cultivar a todo instante
as sementes do bem e da felicidade
de quem não importa quem seja ou do mal que tenha feito para mim.
Que a vida me ensine a amar cada vez mais, de um jeito mais leve...
Que o respeito comigo mesma seja sempre obedecido
com a paz de quem está se encontrando e se conhecendo com um coração maior.
Um encontro com a vontade de paz e o desejo de viver...

Caio Fernando Abreu

Nenhum comentário:

Postar um comentário